Vikings
Eram chamados Vikings os povos que ocupavam a Península da
Escandinávia, mais precisamente o extremo norte da Europa, durante a
Antiguidade e a Era Medieval. Os franceses costumavam denominá-los de
normandos, durante a Idade Média. O termo provinha do normando ‘vik’,
significando ‘homens do norte’. Eles formavam grupos marítimos na região
escandinava, além de atuarem como comerciantes, guerreiros e piratas. Entre
fins do século VIII e do século XI eles saquearam, ocuparam e colonizaram o
litoral da Escandinávia, da Europa e das Ilhas Britânicas. O auge da ação
destes povos é conhecido como Era Viking. Eles vinham da Noruega, da Suécia e
da Dinamarca, e iniciaram o processo de colonização no Nordeste do Mar Báltico,
nos séculos VI e VII. Depois passaram a trafegar pelos rios da Rússia,
edificando fortificações ao longo do trajeto, com o objetivo de se defenderem
de prováveis adversários.
Eles já subjugavam Kiev no século IX, e um contingente de
dois mil navios e oitenta mil homens assaltou Constantinopla em 907, obtendo do
imperador bizantino um bem sucedido tratado comercial. Mas, apesar das
aparências, eles não constituíam tão somente hordas terríficas e destruidoras,
mas deixaram também uma importante contribuição na história da navegação, da
tecnologia marítima, do comércio, e marcaram igualmente o desenvolvimento da
edificação de cidades e a criação de colônias.
Os Vikings conquistaram, além do Mar Báltico e da Rússia, a
Normandia – área histórica localizada no noroeste da França e colonizada pelos
normandos -, e a Inglaterra, além de atingirem o litoral de países como
Portugal, Espanha, Itália, a Sicília e porções da Palestina. Parece que eles
também chegaram primeiro na América, antes mesmo de Cristóvão Colombo, mas
foram derrotados na tentativa de ocupar o sudeste do Canadá. Eles seguiam
obtendo terras com suas lanças - como a divindade que cultuavam, Odin -, machados
e capacetes que, na verdade, eram desprovidos de chifres.
Seus barcos eram famosos, conhecidos como drakkars, ‘dragão’,
por apresentarem na proa a cabeça de um animal semelhante a um dragão. Eles
eram extremamente velozes, o que lhes permitia pegar de surpresa os territórios
por eles atacados, e também simplificavam tudo quando era preciso fugir. Eles
não se disseminaram igualmente pelas terras ocupadas. Cada povo se fixou em
regiões distintas.
Dinamarqueses foram para o sul, na direção da França e de
trechos da Inglaterra; os suecos se dirigiram para o leste, invadindo a Rússia,
e desceram os rios do Sul, rumo ao Mar Negro, à Constantinopla e ao Império
Bizantino; e os noruegueses seguiram para noroeste e oeste, ocupando a Irlanda
e a Escócia, fundando povoados nas terras aonde chegavam – como a Islândia, a
Groenlândia, entre outros, com exceção das Ilhas Britânicas.
Embora tenham firmado vários acordos comerciais na Europa,
também levaram terror e caos ao continente, levando os europeus a edificar castelos
e fortalezas, bem como a tornar os portos mais seguros, mas nada detinha a onda
viking nesta época. Durante o Feudalismo, os povos se reuniram nos feudos, sob
a proteção dos senhores feudais, para melhor se defenderem dos invasores, o que
provocou o fenômeno conhecido como descentralização política.
A economia viking fundamentava-se principalmente na pesca e
no intercâmbio comercial marítimo, muito comum no norte da Europa. Estes
guerreiros produziam armas e navios de guerra. Pagãos, só se converteram ao
Cristianismo em meados do ano 1000, influenciados pelos europeus. Eles eram
politeístas e se devotavam especialmente ao culto do deus Odin, representante
das forças naturais. Os nórdicos também cultuavam as famosas valkirias,
mulheres guerreiras que guerreavam montadas em seus cavalos, ao lado de Odin;
sua principal função era guiar os bravos soldados mortos ao céu dos vikings, a
valhalla.
A partir do século XI os vikings deixam de atacar, em parte
pela inspiração cristã, e de outro lado pelo fortalecimento dos reinos da
Noruega, Dinamarca e Suécia, no lugar de povos vikings. Novos valores cristãos
tomaram o lugar dos códigos pagãos dos antigos guerreiros. Suas nações foram
subjugadas pelas tradições culturais com as quais entraram em contato. Assim, o
estilo viking entrou em declínio, e eles deixaram de ser invasores nórdicos
para se identificarem com as terras por eles ocupadas.